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LITURGIA DIÁRIA COMENTADA

Reflexões do P. Carlos Alberto Contieri, SJ

Com alegria divulgamos que os comentários da Liturgia Diária do Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ (Diretor do Pateo do Collegio), anteriormente publicados nesta página em versão textual, agora ganharam cor e movimento: uma playlist exclusiva no YouTube e um podcast intitulados "Tua Palavra é luz para os meus passos".

 

Uma nova forma de transmitir da Palavra de Deus disponível no canal do Pe. Contieri no YouTube e no Spotify. E tem mais: o Pe. Contieri agora está no Instagram! Lá você encontrará os comentários da Liturgia Diária em versão textual além de outros conteúdos bíblicos.

 

Links: https://linktr.ee/carlosalbertocontieri.sj

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Dia 23 - sexta-feira: 2Co 11,18.21-30; Sl 33(34); Mt 6,19-23.

O ser humano, que abraça a vida como ela é, não pode passar a sua existência sem decidir. Para viver plenamente ele tem que fazer uma escolha fundamental que realiza a sua liberdade, recebida como dom de Deus. Em que engajar toda a vida? Para essa resposta não há meio termo possível (cf. v.21). Quem fala de tesouro, diz de valor, do que é importante, do que determina o curso de uma atividade e o seu empenho. O nosso texto põe em confronto dois tesouros: os da terra e os do céu (vv.19.20). Cada pessoa possui um tesouro; cada um vincula a sua vida a um valor que determina e move seu modo de agir e suas decisões. O que importa é o que engaja a pessoa por inteiro, define e orienta a sua vida. Ao cristão importa juntar tesouros no céu. O que é passageiro e fugaz é só aparência; é preciso fazer o coração repousar no que não passa. Deus não passa; a palavra de Cristo não passa. O olho provoca o desejo; ele é mesmo uma fonte de desejos. O olho será luz na medida em que o desejo for bom, isto é, na medida em que a atração for pelas coisas celestes. Se o olho, no entanto, for seduzido pelo mal, ele conduzirá a pessoa às trevas. Assim diz o provérbio: olhar altivo, coração orgulhoso, a lâmpada dos ímpios não é senão pecado (Pr 21,4).

Dia 22 - quinta-feira: 2Co 11,1-11; Sl 110(111); Mt 6,7-15.

Como dissemos no dia de ontem, a consequência prática das recomendações de Jesus é a rejeição determinada da hipocrisia em que, por contraste, Jesus apresenta a verdadeira e a falsa piedade. Isto, evidentemente, vale para o texto de hoje do evangelho. Não é a oração que está em questão, mas o modo de fazê-la. Deus conhece o coração de cada um, antes mesmo que as palavras cheguem à boca (cf. Sl 138). Diante dele a multiplicação de palavras é inútil. Ademais, esta multiplicação de palavras é expressão da pressão exercida sobre Deus para conseguir algo dele. O que Deus concede ao seu povo é fruto de seu amor e de sua bondade e não de merecimento de quem quer que seja. A oração do Senhor é, para o discípulo, referência no modo de relacionar-se com Deus. Esta oração exprime, em primeiro lugar, a centralidade de Deus e o engajamento filial do discípulo com relação ao Pai. Em seguida, o discípulo consciente de sua condição suplica pelo que deve sustentá-lo na vida cotidiana: pão e perdão. Por fim, como o mal está presente no coração do ser humano, o cristão pede de, pela graça de Deus, não ser envolvido pelo poder da tentação, mas liberto de todo mal.

Dia 21 - quarta-feira: 2Co 9,6-11; Sl 111(112); Mt 6,1-6.16-18.

Esse texto é bastante conhecido de todos nós. Ao iniciar a quaresma, a cada ano, é o evangelho que nós lemos, escutamos e meditamos. Jesus alerta os seus discípulos contra a hipocrisia e a vaidade das práticas religiosas e convida à confiança em Deus que vê no segredo do coração: Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles (v.1). Trata-se, para os membros da comunidade cristã, de renunciar à hipocrisia e à cultura da aparência que esconde o verdadeiro sentido de todas as coisas, inclusive da prática religiosa. Os três atos de piedade, esmola, jejum e oração, eram aspectos importantes da vida religiosa dos judeus do tempo de Jesus. Não são os atos de piedade que Jesus critica, mas o modo como eles são praticados, isto é, são feitos em benefício da pessoa que os pratica: os fazem “para serem vistos pelos homens”, para terem a aprovação dos outros. Daí que no nível em que os hipócritas se situam, eles já obtiveram a recompensa esperada, a saber, a aprovação dos homens. A vida cristã requer discrição; as obras de piedade devem ser realizadas em segredo. Não se trata de ação secreta, mas designa toda ação, mesmo pública, que se faz diante de Deus, por Deus em favor dos semelhantes. O que conta é a intenção profunda, e a recompensa se situa no nível do dom e não do merecimento. O bem não toca trombeta! É preciso renunciar à vaidade das práticas religiosas.

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