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LITURGIA DIÁRIA COMENTADA

Reflexões do P. Carlos Alberto Contieri, SJ

Com alegria divulgamos que os comentários da Liturgia Diária do Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ (Diretor do Pateo do Collegio), anteriormente publicados nesta página em versão textual, agora ganharam cor e movimento: uma playlist exclusiva no YouTube e um podcast intitulados "Tua Palavra é luz para os meus passos".

 

Uma nova forma de transmitir da Palavra de Deus disponível no canal do Pe. Contieri no YouTube e no Spotify. E tem mais: o Pe. Contieri agora está no Instagram! Lá você encontrará os comentários da Liturgia Diária em versão textual além de outros conteúdos bíblicos.

 

Links: https://linktr.ee/carlosalbertocontieri.sj

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Dia 30 - sexta-feira: Gn 17,1.9-10.15-22; Sl 127(128); Mt 8,1-4.

Depois do longo sermão, Jesus desce da montanha. O sucesso do seu ensinamento é expresso na notícia de que numerosas multidões o seguiam (cf. v.1). Jesus é apresentado como o Senhor da vida que purifica e faz viver. É conhecida a condição do leproso e sua discriminação, inclusive religiosa. O Levítico o descreve com detalhes: o leproso portador desta enfermidade trará suas vestes rasgadas e seus cabelos sem pentear; cobrirá o bigode e clamará: Impuro! Impuro! (...); morará à parte: sua habitação será fora do acampamento (Lv 13,45-46). A lepra era tida como castigo de Deus e só Deus podia libertar a pessoa de tal enfermidade (cf. Nm 12,9-13). A súplica do leproso é uma verdadeira profissão de fé: se queres, tens o poder de purificar-me (v.2). A resposta positiva de Jesus à súplica do leproso, revela o próprio desejo de Deus: arrancar do ser humano tudo o que o desfigura e lhe tira a vida, e tudo o que impede uma verdadeira relação fraterna. A ação de Jesus que reintegra a pessoa no seio da comunidade e na comunhão com Deus, elimina o equívoco de que Deus esteja na origem de nossos males. Os condicionamentos histórico-culturais podem deformar a imagem de Deus. A nós todos de entrarmos no coração de Deus, acesso que se tornou possível para nós em Jesus Cristo, “imagem do Deus invisível” (Cl 1,15).

Dia 29 - quinta-feira: Gn 16,1-12.15-16; Sl 105(106); Mt 7,21-29.

O evangelho desse dia é a conclusão do discurso sobre a montanha (Mt 5 - 7). O título "Senhor, Senhor" era, em princípio um título de respeito atribuído ao Mestre. Somente, depois, para a fé cristã, ele passará a ser um título cristológico atribuído a Jesus Cristo ressuscitado. Pelo que se segue o texto deve ser compreendido assim, em primeiro lugar: os discípulos não devem simplesmente orgulhar-se de ter Jesus como seu Mestre, é preciso pôr em prática seus ensinamentos. Não são as muitas palavras ou o louvor estéril que caracteriza os discípulos de Jesus, mas um engajamento afetivo e efetivo com o dinamismo da própria vida do Mestre, cujo alimento é fazer a vontade do Pai (Jo 4, 34). Dito em outras palavras, é preciso que a vontade de Deus se realize na vida do discípulo como se realizou na vida de Jesus. As duas breves parábolas que se seguem (vv. 24-25.26-27) põem o acento nas palavras de Jesus e na vivência dessa palavra. De algum modo, nas palavras de Jesus está a vontade de Deus. A solidez da vida cristã está em ouvir e pôr em prática as palavras de Jesus. Essa exigência evoca Dt 31,12 em que Moisés recomenda aos sacerdotes de exortarem o povo a por em prática as palavras da Lei.

Dia 28 - quarta-feira: Gn 15,1-12.17-18; Sl 104(105); Mt 7,15-20.

Cuidado com os falsos profetas! (v.15). Quem são os falsos profetas contra os quais Jesus previne os seus discípulos? O verdadeiro profeta é portador da Palavra de Deus; fala e age por inspiração de Deus, por isso, o que ele diz se realiza. O Deuteronômio dá o critério para reconhecer o falso profeta: usa o nome de Deus, mas na verdade a palavra é sua, por isso não se realiza o que ele profetiza (cf. Dt 18,22; cf. 13,2-6). No início da Igreja, como em todos os tempos até os nossos dias, havia pessoas que confundiam os fiéis e os induziam a uma falsa doutrina e, com isso, criavam divisões na comunidade. Eis os falsos profetas. O autor da segunda carta de Pedro diz que eles são avarentos e usam das pessoas ao invés de servi-las: por avareza, procurarão, com discursos fingidos, fazer de vós objeto de negócios... (2Pd 2,1-3). É preciso prudência e discernimento para não se deixar enredar por discursos aparentemente persuasivos. É o testemunho e a coerência da vida cristã que dá credibilidade ao ensinamento transmitido. O autor da carta de Tiago, contra os pretensiosos, ou se quiserem, os falsos profetas, afirma: Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo bom comportamento suas obras repletas de docilidade e sabedoria (Tg 3,13).

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