Dia 30 - sexta-feira: Gn 17,1.9-10.15-22; Sl 127(128); Mt 8,1-4.
Depois do longo sermão, Jesus desce da montanha. O sucesso do seu ensinamento é expresso na notícia de que numerosas multidões o seguiam (cf. v.1). Jesus é apresentado como o Senhor da vida que purifica e faz viver. É conhecida a condição do leproso e sua discriminação, inclusive religiosa. O Levítico o descreve com detalhes: o leproso portador desta enfermidade trará suas vestes rasgadas e seus cabelos sem pentear; cobrirá o bigode e clamará: Impuro! Impuro! (...); morará à parte: sua habitação será fora do acampamento (Lv 13,45-46). A lepra era tida como castigo de Deus e só Deus podia libertar a pessoa de tal enfermidade (cf. Nm 12,9-13). A súplica do leproso é uma verdadeira profissão de fé: se queres, tens o poder de purificar-me (v.2). A resposta positiva de Jesus à súplica do leproso, revela o próprio desejo de Deus: arrancar do ser humano tudo o que o desfigura e lhe tira a vida, e tudo o que impede uma verdadeira relação fraterna. A ação de Jesus que reintegra a pessoa no seio da comunidade e na comunhão com Deus, elimina o equívoco de que Deus esteja na origem de nossos males. Os condicionamentos histórico-culturais podem deformar a imagem de Deus. A nós todos de entrarmos no coração de Deus, acesso que se tornou possível para nós em Jesus Cristo, “imagem do Deus invisível” (Cl 1,15).