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LITURGIA DIÁRIA COMENTADA

Reflexões do P. Carlos Alberto Contieri, SJ

Com alegria divulgamos que os comentários da Liturgia Diária do Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ (Diretor do Pateo do Collegio), anteriormente publicados nesta página em versão textual, agora ganharam cor e movimento: uma playlist exclusiva no YouTube e um podcast intitulados "Tua Palavra é luz para os meus passos".

 

Uma nova forma de transmitir da Palavra de Deus disponível no canal do Pe. Contieri no YouTube e no Spotify. E tem mais: o Pe. Contieri agora está no Instagram! Lá você encontrará os comentários da Liturgia Diária em versão textual além de outros conteúdos bíblicos.

 

Links: https://linktr.ee/carlosalbertocontieri.sj

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Dia 16 - sexta-feira – Sagrado Coração de Jesus: Dt 7,6-11; Sl 102(103); 1Jo 4,7-16; Mt 11,25-30.


A festa do Coração de Jesus que celebramos hoje é a festa do amor de Deus que precede tudo e é a causa de toda a obra da criação e redenção. No coração de Cristo se revela o amor de Deus por toda a humanidade (cf. Jo 13,1). Do coração de Cristo brota os sacramentos da Igreja.


O trecho do evangelho de hoje é precedido de ataques de Jesus a algumas cidades próximas ao Mar da Galiléia, ao estilo dos oráculos proféticos do Antigo Testamento contra as nações estrangeiras. As cidades beneficiadas pelos “milagres” de Jesus não se converteram (cf. 11,20-24). Na verdade, os “atos de poder” realizados por Jesus deviam conduzir à fé na “proximidade do Reino dos Céus”. Mas, não foi assim! O trecho de hoje é uma oposição de Jesus ao orgulho das cidades que não se converteram e um hino de louvor dirigido ao Pai, Criador do céu e da terra (v.25; Gn 1,1; 2,4a). O motivo do louvor: escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos (v. 25), pois assim Deus quis que fosse (cf. v.26). “Estas coisas” referem-se ao que é dito o v.27 que, resumindo, poder-se-ia dizer: Jesus revela o Pai; “Ele é a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15). Somente quem recebe Jesus como dom, somente o “pobre em espírito” (5,3) pode conhecer a relação filial que une Jesus a Deus. Ao pedido de Felipe: Senhor, mostra-nos o pai!, Jesus responde: Quem me vê, vê o Pai. Não crês que estou no Pai e o Pai está em mim? (Jo 14,8-11).


No evangelho hodierno, Jesus é apresentado não somente como sábio, mas a sabedoria de Deus que atrai todos a si para instruí-los na Lei de Deus. O “jugo” (ou fardo) é uma peça de madeira posta sobre o pescoço dos animais para equilibrar o peso que se impunha sobre eles. Entre outros significados, na Sagrada Escritura, o jugo se refere à Lei (Jr 2,20; 5,5). Jesus critica os escribas e fariseus porque eles amarram pesados fardos nos ombros dos homens (Mt 23,4). Com isso, Jesus os critica pelo modo como interpretam e impõem aos outros praticarem a Lei. Na consideração de Jesus essa abordagem da Lei abate e oprime, pois ela tira a alegria de viver. Ora, a Lei de Deus é dom para preservar o dom da vida e o dom da liberdade. Daí que ela mesma não pode se tornar uma escravidão que submete as pessoas ao rigorismo estéril, incapaz de gerar vida. A Lei de Deus é um caminho para a vida e a liberdade (cf. Dt 30,16). A lei de Deus é a Lei do amor (cf. Jo 15,12). O amor faz viver, enche de alegria. Pelo amor tudo tem sentido e adquire o seu devido valor. O amor é a expressão máxima da vida cristã. O que alivia o peso do fardo que cansa e abate é o amor de Deus que, na plenitude dos tempos, se manifestou e se fez sentir na pessoa de Jesus Cristo.


O amor representado pelo Coração de Cristo, é o essencial da vida cristã.

Dia 15 - quinta-feira: 2Co 3,15-4,1.3-6; Sl 84(85); Mt 5,20-26.

Se a vossa justiça não for maior que a dos mestres da lei e dos fariseus ... (v.20). “Justiça”, aqui, é o modo de agir em conformidade com os mandamentos de Deus. Qual é o agir diferenciado exigido dos discípulos que permite entrar no Reino de Deus? Qual é a justiça maior que a dos escribas e fariseus? Essa “justiça maior” é formulada em seis antíteses” (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-47). A primeira antítese que diz respeito ao nosso texto de hoje, é um modo de retomar e explicitar a bem-aventurança da mansidão: Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra (5,4). A lei diz muito mais do que não matar. É preciso ver nesse mandamento, que preserva a vida do semelhante, a proibição de utilizar títulos ofensivos contra o irmão. Daí que para essa primeira antítese não se trata somente da interdição do homicídio ou fratricídio (Ex 20,3; Dt 5,7), mas de toda ofensa moral contra o irmão explicitada pela tríade: raiva, imbecil e louco. As duas sentenças sobre a reconciliação exprimem a atitude requerida dos discípulos e de toda comunidade cristã. O que é requerido de quem vai apresentar a oferta a Deus é a consciência do mal cometido contra alguém ou, então, do mal cometido por alguém contra ele. Num e noutro caso, a atitude requerida é a disposição para a reconciliação. A comunidade cristã é uma comunidade de reconciliados.

Dia 14 - quarta-feira: 2Co 3,4-11; Sl 98(99); Mt 5,17-19.

Não penseis que eu vim abolir a lei e os profetas (v.17). O modo como Jesus interpreta a lei e a ensina praticar é desconcertante para os seus contemporâneos, sobretudo, para os detentores do poder religioso. Durante a sua vida terrestre Jesus enfrentou a oposição de seus adversários que pensavam que o modo como ele interpretava e punha em prática a Lei e relia a Escritura era um sinal de que sua determinação era de abolir a Palavra de Deus. No embate apologético com o judaísmo rabínico essa dificuldade se prolongou no cristianismo primitivo. O trecho do evangelho de hoje visa dirimir o equívoco supracitado (cf. v.17). Em Jesus, toda a Escritura encontra a sua realização e no Ressuscitado a sua luz e o seu sentido pleno. Jesus jamais, como ele mesmo o diz, teve a intenção de abolir a lei. Dizer isso dele é uma verdadeira blasfêmia. Para o cristão que lê essas linhas do evangelho é dado um critério de interpretação do Antigo Testamento: é a partir de Jesus Cristo que a lei e os Profetas devem ser lidos, pois apontam para Ele. Para o cristão, a Lei é pensada a partir da cristologia. A centralidade de Jesus Cristo faz com que a exigência primordial do amor e da misericórdia se imponham como condição de autenticidade ou não de determinada prática da Lei. O que tem precedência sobre quaisquer outras prescrições legais é o mandamento do amor (cf. Lc 10,25-37). O amor é, em última instância, a razão de ser da lei.

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