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LITURGIA DIÁRIA COMENTADA

Reflexões do P. Carlos Alberto Contieri, SJ

Com alegria divulgamos que os comentários da Liturgia Diária do Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ (Diretor do Pateo do Collegio), anteriormente publicados nesta página em versão textual, agora ganharam cor e movimento: uma playlist exclusiva no YouTube e um podcast intitulados "Tua Palavra é luz para os meus passos".

 

Uma nova forma de transmitir da Palavra de Deus disponível no canal do Pe. Contieri no YouTube e no Spotify. E tem mais: o Pe. Contieri agora está no Instagram! Lá você encontrará os comentários da Liturgia Diária em versão textual além de outros conteúdos bíblicos.

 

Links: https://linktr.ee/carlosalbertocontieri.sj

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Dia 27 - terça-feira: Gn 13,2.5-18; Sl 14(15); Mt 7,6.12-14.

O Evangelho de hoje é um convite ao discernimento. À primeira vista, as palavras de Jesus parecem enigmáticas. Os cães são para o Salmo 22 símbolo dos inimigos do justo (Sl 22,17); os porcos, símbolo dos pagãos; assim eram chamados os romanos. Trata-se de não profanar o que é santo e agir com discernimento e prudência. Por causa de sua fé é que os cristãos foram perseguidos. A regra de ouro (v.12) é conhecida tanto no universo bíblico como extrabíblico. Trata-se de uma regra de solidariedade (ver: Eclo 31,15). A regra de ouro pode ser considerada uma variante do amor ao próximo que, unido ao amor de Deus, e precedido por ele, é a plenitude de toda a Escritura. Os versículos 13 e 14 utilizam a imagem tradicional dos dois caminhos (ver, por exemplo: Pr 4,10-19). “Entrai pela porta estreita...” (v. 13). De que porta se trata? É a própria mensagem de Jesus que deve ser posta em prática pelos discípulos. Jesus mesmo, toda a sua existência é o caminho: eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6); ele é igualmente a porta: eu sou a porta das ovelhas (...) quem entra por mim será salvo (Jo 10,7.9). Para os que cremos, o acesso ao mistério de Deus e ao seu Reino só é possível através de Jesus Cristo, “mediador entre o céu e a terra”.

Dia 26 - segunda-feira: Gn 12,1-9; Sl 32(33); Mt 7,1-5.

Há no evangelho de hoje duas exortações de Jesus a seus discípulos: a primeira de não julgar os outros (vv.1-2) e a segunda contra a hipocrisia (vv.3-5). O juízo contra os outros é uma forma de rotular a pessoa e petrificá-la numa imagem irreversível, isto é, sem oferecer-lhe qualquer possibilidade de defesa ou de mudança. Julgar os outros significa também condená-los. No evangelho de João, no diálogo de Jesus com Nicodemos, nós encontramos a oposição entre julgar e salvar: Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3,17). A escatologia (cf. v.2) deve iluminar a vida presente do discípulo e orientar o seu comportamento. A segunda exortação diz respeito à hipocrisia que é caracterizada nesses termos: alguém vê um pequeno defeito na vida do irmão e esse pequeno defeito passa a ser a sua maior ocupação. No entanto, por causa da própria cegueira a pessoa não reconhece a gravidade de sua própria situação, nem faz qualquer esforço para eliminá-la. Na controvérsia com os fariseus Jesus faz essa declaração contundente: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas dizeis: nós vemos! Vosso pecado permanece (Jo 9,41). No ditado popular nós dizemos: "cegueira maior tem aquele que não quer ver". O que nos distancia de Deus e dos outros não são nossos pecados e nossas limitações, mas a autossuficiência.

Dia 24 – sábado - Natividade de São João Batista: Is 49,1-6; Sl 138(139); At 13,22-26; Lc 1,57-66.80.


Na releitura cristã da Escritura predomina o esquema promessa – cumprimento. Também no interior do evangelho de Lucas esse esquema aparece com relativa frequência. O que Deus promete ele o cumpre. É o caso do evangelho da festa de hoje. Os vizinhos reconhecem a ação de Deus na concepção e nascimento de João Batista e se alegram por Isabel, pois, o Senhor a tinha tirado do opróbrio. Essa alegria havia sido objeto de promessa quando do anúncio do nascimento de João pelo anjo a Zacarias, no Templo de Jerusalém (Lc 1,14). Outro aspecto, é a mudez de Zacarias e o nome imposto ao menino. O nome a ser dado ao menino é imposição do mensageiro celeste (1,13), uma forma de dizer de sua eleição divina. A mudez de Zacarias é consequência de sua incredulidade (1,20) e, ao mesmo tempo, sinal da intervenção de Deus (1,21-22). A língua de Zacarias se soltará quando da realização da promessa (1,20). O acordo entre Isabel e Zacarias sobre o nome do menino (vv.60.63) realiza a promessa e indica que o nome “João” (= Deus concedeu a sua graça) é de origem divina. Recebendo essa revelação como Palavra de Deus a boca de Zacarias se abre e sua língua se solta para bendizer Deus (cf. v.67).


Nós celebramos, hoje, a festa do nascimento daquele que Jesus disse ser o maior dentre os nascidos de mulher, motivo de alegria para muitos (cf. Lc 1,14), homem enviado por Deus (cf. Jo 1,6) para ser o precursor do Messias prometido por Deus; João foi testemunha fiel da luz verdadeira (cf. Jo 1,8). Celebremos com intensa alegria esse nascimento!

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