Dia 16 - sexta-feira – Sagrado Coração de Jesus: Dt 7,6-11; Sl 102(103); 1Jo 4,7-16; Mt 11,25-30.
A festa do Coração de Jesus que celebramos hoje é a festa do amor de Deus que precede tudo e é a causa de toda a obra da criação e redenção. No coração de Cristo se revela o amor de Deus por toda a humanidade (cf. Jo 13,1). Do coração de Cristo brota os sacramentos da Igreja.
O trecho do evangelho de hoje é precedido de ataques de Jesus a algumas cidades próximas ao Mar da Galiléia, ao estilo dos oráculos proféticos do Antigo Testamento contra as nações estrangeiras. As cidades beneficiadas pelos “milagres” de Jesus não se converteram (cf. 11,20-24). Na verdade, os “atos de poder” realizados por Jesus deviam conduzir à fé na “proximidade do Reino dos Céus”. Mas, não foi assim! O trecho de hoje é uma oposição de Jesus ao orgulho das cidades que não se converteram e um hino de louvor dirigido ao Pai, Criador do céu e da terra (v.25; Gn 1,1; 2,4a). O motivo do louvor: escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos (v. 25), pois assim Deus quis que fosse (cf. v.26). “Estas coisas” referem-se ao que é dito o v.27 que, resumindo, poder-se-ia dizer: Jesus revela o Pai; “Ele é a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15). Somente quem recebe Jesus como dom, somente o “pobre em espírito” (5,3) pode conhecer a relação filial que une Jesus a Deus. Ao pedido de Felipe: Senhor, mostra-nos o pai!, Jesus responde: Quem me vê, vê o Pai. Não crês que estou no Pai e o Pai está em mim? (Jo 14,8-11).
No evangelho hodierno, Jesus é apresentado não somente como sábio, mas a sabedoria de Deus que atrai todos a si para instruí-los na Lei de Deus. O “jugo” (ou fardo) é uma peça de madeira posta sobre o pescoço dos animais para equilibrar o peso que se impunha sobre eles. Entre outros significados, na Sagrada Escritura, o jugo se refere à Lei (Jr 2,20; 5,5). Jesus critica os escribas e fariseus porque eles amarram pesados fardos nos ombros dos homens (Mt 23,4). Com isso, Jesus os critica pelo modo como interpretam e impõem aos outros praticarem a Lei. Na consideração de Jesus essa abordagem da Lei abate e oprime, pois ela tira a alegria de viver. Ora, a Lei de Deus é dom para preservar o dom da vida e o dom da liberdade. Daí que ela mesma não pode se tornar uma escravidão que submete as pessoas ao rigorismo estéril, incapaz de gerar vida. A Lei de Deus é um caminho para a vida e a liberdade (cf. Dt 30,16). A lei de Deus é a Lei do amor (cf. Jo 15,12). O amor faz viver, enche de alegria. Pelo amor tudo tem sentido e adquire o seu devido valor. O amor é a expressão máxima da vida cristã. O que alivia o peso do fardo que cansa e abate é o amor de Deus que, na plenitude dos tempos, se manifestou e se fez sentir na pessoa de Jesus Cristo.
O amor representado pelo Coração de Cristo, é o essencial da vida cristã.
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