Dia 8 - quinta-feira - Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi): Dt 8,2-3.14-16; Sl 147(147B); 1Co 10,16-17; Jo 6,51-58).
A festa de Corpus Christi é uma festa devocional. Inicialmente, o acento dessa festa era posto sobre as espécies eucarísticas e, mais particularmente, sobre a hóstia consagrada, e presença real de Cristo nas espécies do pão e do vinho. Esse aspecto da festa predomina em muitíssimos lugares. No entanto, é preciso superar essa visão, fruto de uma época, para dar à eucaristia o seu valor eclesial: “a eucaristia faz a Igreja e a Igreja, Corpo de Cristo (1Co 12,12-31), faz a eucaristia”. O mistério pascal de Jesus Cristo é o sustento, o verdadeiro alimento do seu povo em marcha. Os judeus não compreendem o ensinamento de Jesus; as palavras de Jesus são para eles um enigma, pois eles não conseguem transpor o nível puramente racional e penetrar no sentido da afirmação de Jesus. Para o leitor do evangelho, no entanto, o discurso sobre o pão da vida é uma catequese sobre o sentido da eucaristia. “Comer a carne” e “beber o sangue” remete a outra realidade, diversa do que primeiramente pode parecer. “Comer a carne” significa acolher, na fé, a existência humana e terrena de Jesus; “beber o sangue” é aceitar que no sacrifício da entrega do Senhor nos é dada a salvação e a vida. Dito de outra maneira, para viver plenamente, é preciso uma adesão livre a Jesus, enviado do Pai. É pela fé que o discípulo participa da vida do Filho unigênito de Deus. Quem aceita esse alimento espiritual vive em comunhão com o Senhor: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele (v.56). A aceitação do mistério de Jesus Cristo é o caminho para reconhecer que a vida eterna é dom: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna (v.54). A plenitude dessa vida será dada na ressurreição da qual o Senhor nos fez seus herdeiros.
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