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Liturgia Diária 02/06

Dia 2 - sexta-feira: Eclo 44,1.9-13; Sl 149; Mc 11,11-26.

À primeira vista, o episódio da figueira amaldiçoada por Jesus causa certa estranheza ao leitor, pois parece mais um capricho de pessoa mimada. Marcos observa que não era tempo de figos: quando chegou perto da figueira, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos (v.13). Essa observação leva a buscar o significado do gesto inusitado de Jesus numa outra direção. Vale observar, pois é importante, que Jesus está ensinando os seus discípulos, como se pode concluir do v.14: ... E os discípulos escutaram o que ele disse. O episódio pode ser caracterizado como sendo uma ação simbólica, ao estilo dos grandes profetas do Antigo Testamento. Qual é, então, o conteúdo do ensinamento de Jesus aos discípulos, para o qual a ação simbólica é um “recurso didático”? O episódio está dividido em duas partes: a maldição da figueira (cf. vv.12-14) e a realização da maldição (cf. vv.20-25). Entre essas duas partes, há o relato da expulsão dos comerciantes do templo (vv.15-19). O tema de todo a unidade literária é o “fruto”: Jesus procura o fruto na árvore cheia de folhagens e não o encontra; vai ao templo e não encontra os frutos que ele esperava encontrar, a saber, um lugar de oração: Não está escrito: Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? (v.17). A figueira sem fruto, entre outras árvores, é símbolo do povo de Deus (cf. Jr 8,13; Os 9,10), e do povo de Deus que não deu frutos (cf. Os 9,16; Mq 7,1; Ez 17,24; ver tb. Lc 13,6-9). Pode simbolizar, ainda, a hipocrisia: tem folhagens, mas não dá frutos. Seja como for, a ação simbólica de Jesus serve de preparação para os discípulos para que eles compreendam o gesto de Jesus de purificar o templo de Jerusalém, pois havia feito da casa de Deus um lugar de exploração: ... vós fizestes dela um toca de ladrões (v.17). Sem fé tudo seca e se torna árido; a incredulidade desvirtua o serviço a Deus, revertendo-o em benefício próprio.

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